Era uma vez, no fundo do oceano, um pequeno peixe chamado Lume. Diferente dos outros peixes, ele tinha uma característica especial: seu corpo brilhava no escuro! Sempre que nadava pelos recifes de coral, sua pele cintilava como um pequeno farol azul.
Mas Lume não gostava muito desse brilho. Sempre que se aproximava de um cardume, os outros peixes se afastavam, com medo de que sua luz chamasse a atenção de predadores. Sentindo-se sozinho, ele resolveu nadar para longe, em busca de um lugar onde pudesse pertencer.
Em sua jornada, Lume encontrou uma tartaruga velha chamada Sabiá. Ela olhou para o pequeno peixe brilhante e sorriu:
— Por que está nadando tão longe de casa, pequenino?
— Ninguém quer ficar perto de mim. Meu brilho espanta os peixes e pode atrair predadores — respondeu Lume, triste.
Sabiá refletiu por um momento e disse:
— Às vezes, aquilo que achamos um defeito pode ser um grande presente. Você ainda vai descobrir que seu brilho tem um propósito especial.
Lume não entendeu muito bem, mas agradeceu à sábia tartaruga e continuou seu caminho. Logo, chegou a uma caverna escura, onde ouviu sussurros assustados. Eram pequenos peixinhos presos, sem conseguir encontrar a saída.
— Socorro! Não conseguimos enxergar nada! — diziam eles.
Lume então teve uma ideia. Ele nadou para dentro da caverna e deixou seu corpo brilhar mais forte. De repente, tudo ficou iluminado! Os peixinhos puderam ver a saída e nadaram para a segurança do mar aberto.
Todos comemoraram e agradeceram a Lume por sua ajuda. Logo, a notícia do peixinho brilhante que salvava os outros se espalhou por todo o oceano. Os peixes que antes o evitavam agora o admiravam. E Lume percebeu que Sabiá estava certa: seu brilho era um presente, não um problema.
A partir daquele dia, Lume nadava com orgulho, iluminando os caminhos escuros e ajudando aqueles que precisavam. E nunca mais se sentiu sozinho, pois agora sabia que cada um tem seu próprio brilho especial.
E assim, o peixinho que brilhava no escuro se tornou um herói do oceano.
Fim.