No topo de uma colina assombrada, havia um castelo antigo onde moravam vários fantasmas. Eles deslizavam pelos corredores escuros, atravessavam paredes e faziam suas assombrações noturnas com alegria. Todos eles adoravam a escuridão, exceto um: o pequeno Gaspar.
Gaspar era um fantasminha diferente. Enquanto seus amigos se divertiam flutuando pela noite, ele tremia só de pensar no escuro. Sempre que o sol se punha, Gaspar se escondia embaixo de um cobertor brilhante que ele mesmo havia costurado com pedaços de estrelas cadentes.
— Gaspar, você precisa aprender a ser um verdadeiro fantasma! — dizia o Fantasma Ancião, que cuidava de todos os fantasminhas da mansão.
— Eu tento, mas o escuro me dá arrepios! — Gaspar respondia, abraçando seu cobertor estelar.
Os outros fantasmas riam, mas não eram maldosos. Eles queriam que Gaspar vencesse seu medo. Um dia, organizaram um desafio: Gaspar teria que atravessar a floresta sombria ao lado do castelo e encontrar uma pedra brilhante escondida entre as árvores.
— Essa pedra guarda um segredo especial — disseram a ele. — Talvez ela te ajude a vencer seu medo!
Gaspar, embora tremesse dos pés à cabeça, aceitou o desafio. Com seu cobertor brilhante enrolado nos ombros, flutuou até a borda da floresta. As árvores eram enormes e suas sombras pareciam monstros. O vento assobiava entre os galhos, e os grilos cantavam canções misteriosas. Gaspar queria fugir, mas algo dentro dele dizia para continuar.
Com muito cuidado, ele seguiu em frente, iluminando o caminho com os pequenos brilhos de seu cobertor. De repente, ouviu um som estranho. Seu coração disparou! Mas quando olhou mais de perto, percebeu que eram apenas vaga-lumes piscando na escuridão.
— O escuro também pode ser bonito! — Gaspar sussurrou para si mesmo.
Ele continuou explorando e logo encontrou a pedra brilhante no meio de uma clareira. Mas algo ainda mais incrível aconteceu: ao olhar ao redor, viu que a noite estava repleta de pequenas luzes naturais — estrelas no céu, vaga-lumes dançando, olhos de corujas brilhando como pequenos faróis.
Gaspar percebeu que o escuro não era vazio nem assustador, apenas diferente. Voltou para o castelo com um sorriso no rosto e, dessa vez, sem o cobertor brilhante.
Quando os outros fantasmas perguntaram como foi, Gaspar respondeu:
— O escuro não é assustador… ele só esconde segredos lindos que a gente precisa aprender a ver!
Desde aquela noite, Gaspar não teve mais medo do escuro. Ele passou a explorar a noite com alegria, descobrindo novas belezas que antes não percebia. E, sempre que encontrava alguém com medo do escuro, contava sua história e mostrava que, muitas vezes, o que tememos esconde coisas maravilhosas.
FIM!