As Aventuras de Duke

Na pequena cidade litorânea de Vila dos Ventos, onde o mar cantava sua canção nas pedras e o vento assobiava entre as ruas estreitas, vivia um cachorro muito especial chamado Duke. Ele não era um cão qualquer. Além de ter o pelo dourado como o sol do fim de tarde e olhos castanhos cheios de vida, Duke tinha um talento único: ele entendia o coração das pessoas.

Duke morava com Seu Dário, um pescador bondoso que sempre lhe dava um pedaço de peixe fresco e coçava atrás de suas orelhas. Mas Duke passava grande parte do seu dia na praia, onde observava os moradores e visitantes. Certa manhã, enquanto caminhava entre os barcos, ele notou uma menina sentada sozinha na areia, chutando desanimadamente um montinho de conchas.

Ele se aproximou e sentou-se ao lado dela, sem fazer barulho. A menina, chamada Sofia, olhou para ele e suspirou. — Você também já se sentiu perdido? — perguntou, passando a mão no pelo macio de Duke. O cão inclinou a cabeça e lhe deu uma lambida suave na mão. Sofia sorriu pela primeira vez naquele dia. — Acho que você entende, não é? — disse ela. E Duke, de sua forma silenciosa e leal, ficou ali, escutando com os olhos.

Uma tarde, enquanto explorava o cais, Duke ouviu um miado aflito vindo de um barco. Ele correu e encontrou um pequeno gato cinzento preso entre as cordas. Sem hesitar, Duke latiu para chamar a atenção dos pescadores, que vieram correndo. — Ora, Duke, você sempre tem um bom faro para ajudar! — disse Seu Dário, enquanto resgatava o gatinho e o colocava em segurança. O pequeno gato, que ganhou o nome de Pingo, nunca esqueceu a ajuda de Duke e, desde aquele dia, passou a segui-lo por toda parte.

Uma noite, quando a lua iluminava as ondas, os moradores da Vila dos Ventos perceberam que o farol, que sempre guiava os barcos, estava apagado. Duke, curioso, decidiu investigar. Ele correu pelas ruas até chegar ao farol e percebeu que o zelador, Seu Elias, estava preso do lado de dentro, sem conseguir acender a lanterna. Duke latiu forte, chamando a atenção dos moradores, que logo vieram ajudar.

Graças ao alerta do cão, o farol voltou a brilhar e guiou os pescadores de volta para casa em segurança. — Esse cachorro tem o coração do próprio oceano! — disse Seu Elias, orgulhoso. E todos na vila concordaram.

E assim, Duke continuou suas aventuras, espalhando amizade e compreensão por toda Vila dos Ventos, sempre pronto para ouvir, ajudar e, acima de tudo, ser um verdadeiro amigo para todos que cruzassem seu caminho.

Fim.

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