Lina era uma formiguinha diferente. Enquanto todas as suas irmãs trabalhavam sem parar carregando folhas e grãos para o formigueiro, ela sonhava em explorar o mundo além da colônia. Sempre se perguntava o que existia depois da grande pedra ou além das raízes da árvore onde viviam.
— O mundo deve ser enorme! — dizia ela para sua melhor amiga, Fifi.
Mas as outras formigas sempre a alertavam:
— É perigoso! Fique onde é seguro!
Um dia, movida pela curiosidade, Lina decidiu que era hora de partir. Com uma pequena migalha de pão nas costas, saiu em sua primeira grande aventura.
Logo, encontrou um riacho brilhante. Nunca tinha visto tanta água de uma vez! Quando pensava em como atravessar, uma libélula azul pousou ao seu lado.
— Olá! Para onde vai, pequenina? — perguntou a libélula.
— Quero explorar! Mas esse rio parece muito grande para mim…
— Posso ajudá-la! Suba nas minhas asas.
Com um frio na barriga, Lina subiu na libélula e sentiu o vento bater no rostinho enquanto voava pela primeira vez. Do alto, viu campos, flores coloridas e até um enorme sapo cochilando. Quando pousaram do outro lado, Lina agradeceu e seguiu sua jornada.
Mais à frente, encontrou uma colina de açúcar! Mas, ao se aproximar, percebeu que era, na verdade, um piquenique de humanos. Fascinada pelo tamanho das coisas, Lina subiu em um sanduíche, quando, de repente, um pardal faminto pousou perto dali.
— Que sorte! Uma formiguinha para o lanche! — piou o pássaro.
Lina gelou de medo, mas antes que pudesse fugir, um exército de joaninhas apareceu.
— Deixe-a em paz! — disse a joaninha líder, de asas vermelhas brilhantes.
O pardal, assustado, voou para longe. Lina suspirou aliviada.
— Obrigada! Eu estava em apuros!
— Você é corajosa para andar tão longe de casa — disse a joaninha. — Mas o mundo tem perigos. Quer que a acompanhemos um pouco?
Lina aceitou e, com suas novas amigas joaninhas, continuou sua jornada.
Depois de muitas descobertas — como o cheiro doce das flores, o zumbido das abelhas e até uma conversa com uma tartaruga sábia —, Lina percebeu que sentia saudades de casa. Tinha tantas histórias para contar!
Com a ajuda das joaninhas e de um vento favorável, Lina chegou ao formigueiro ao pôr do sol. Suas amigas formigas a rodearam, curiosas para ouvir sobre suas aventuras.
— Você realmente viu um pardal de perto? — perguntou Fifi, espantada.
— E voou nas asas de uma libélula? — exclamou outra formiga.
Lina sorriu. Tinha aprendido que o mundo era mesmo gigante, cheio de perigos, mas também de amigos inesperados. E, mesmo depois de sua primeira grande aventura, sabia que muitas outras ainda estavam por vir.
Fim.