A bela Adormecida – histórias para dormir

Em uma era passada, um reino prosperava sob o domínio de um rei e uma rainha jovens, ainda insatisfeitos. Apesar de sua riqueza e poder, seus corações ansiavam pela alegria da paternidade. O rei frequentemente suspirava, expressando o desejo fervoroso por um filho, talvez até gêmeos. A rainha, esperançosa, imaginava o nascimento de uma menina. Infelizmente, seu sonho permaneceu não realizado, lançando uma sombra melancólica sobre o grandioso castelo.

Numa tarde de verão, a rainha buscou consolo ao banhar-se em um riacho que serpenteava pelo parque real. De repente, uma pequena rã surgiu, oferecendo uma profecia inesperada. “Vossa Majestade, não desanime; vosso desejo se realizará. Antes que um ano se passe, dareis à luz uma menina.” Fiel às palavras da rã, a rainha, meses depois, embalou nos braços uma linda bebê, e o rei, radiante de alegria, organizou uma grande festa de batizado em sua homenagem.

A lista de convidados era extensa, incluindo parentes, amigos, nobres e as treze fadas que residiam nos arredores do reino. No entanto, surgiu um dilema quando o chefe da câmara percebeu que só havia doze pratos de ouro para os convites. Temendo ofender uma fada oferecendo um prato de prata, o rei tomou uma decisão resoluta – a décima terceira fada não seria convidada, na esperança de evitar complicações.

As fadas, como convidadas de honra, aproximaram-se do berço da Princesa Aurora durante o batizado. Cada uma concedeu um presente único à recém-nascida, prevendo um futuro de beleza, bondade, riqueza e inteligência. Onze fadas já haviam abençoado o berço quando a décima terceira, não convidada devido à falta de um prato de ouro, chegou.

Sombria e ameaçadora, a fada ofendida proferiu uma proclamação gelada. “Aos quinze anos, a princesa será ferida pelo fuso de uma roca e morrerá.” Suas palavras deixaram um silêncio desesperador, mas a décima segunda fada, ainda por conceder seu presente, deu um passo à frente. Incapaz de anular a maldição, ela a modificou – Aurora não encontraria a morte, mas dormiria por cem anos, aguardando o beijo despertador de um príncipe.

Determinado a frustrar a maldição, o rei tomou uma ação decisiva. Ordenou a queima de todos os fusos no reino, permitindo apenas à torre do castelo reter um por razões históricas. À medida que Aurora crescia, os presentes das fadas se manifestavam – ela se tornou um modelo de beleza, bondade, generosidade e caridade. O reino a adorava, inconsciente da maldição iminente.

À medida que Aurora se aproximava de seu décimo quinto aniversário, o rei e a rainha, absortos em uma viagem de caça, pareciam ter esquecido a profecia da fada maligna. Aurora, deixada sozinha, explorou o castelo e descobriu uma pequena sala no topo de uma antiga torre. Lá, ela encontrou uma mulher idosa de cabelos brancos, fiando linho com um fuso.

Fascinada, Aurora perguntou sobre o misterioso instrumento. Desconhecendo a maldição, a senhora idosa respondeu alegremente: “Não vês? Estou fiando!” Dominada pela curiosidade, Aurora tentou impulsivamente fiar. Nesse momento, a maldição se desdobrou – um espinho em seu dedo, sonolência avassaladora e o inevitável mergulho em um sono profundo.

Simultaneamente, um sono místico envolveu todo o palácio. O rei e a rainha, recém-chegados de sua expedição de caça, sucumbiram ao sono em seus tronos. Cavalos, galinhas, cães e pássaros juntaram-se ao repouso silencioso. O cozinheiro assando carne, a serva lavando pratos, cavaleiros com espadas e damas enrolando os cabelos – todos congelados num silêncio profundo.

Uma extensa floresta surgiu ao redor do castelo, ocultando-o da vista. Muros, pontes levadiças, torres e bandeiras desapareceram. A história da Princesa Aurora, a bela adormecida protegida pela densa floresta, ecoava nas aldeias vizinhas. Ela se tornou a personificação de uma punição injusta, uma beleza amaldiçoada por um destino cruel.

Almas aventureiras tentaram alcançar o castelo, apenas para serem frustradas por uma barreira impenetrável de espinhos. As tentativas resultaram em contusões, sangramento e, em casos extremos, vidas sacrificadas. Um dia, um jovem príncipe, inspirado na história de seu bisavô, resolveu tentar.

Apesar dos avisos dos aldeões, ele partiu no centésimo aniversário do festival de batizado e das previsões das fadas. Milagrosamente, flores perfumadas guiaram seu caminho, abrindo e fechando para conduzi-lo. Ao se aproximar do castelo, árvores e espinhos se transformaram em fileiras de flores perfumadas, encorajando-o a perseverar.

Diante do castelo, a ponte levadiça estava abaixada, e os guardas dormiam ao lado. Cães, cavalos e figuras cortesãs, congelados no sono, povoavam o pátio. Quartos e corredores empoeirados contavam histórias de um palácio outrora vibrante, agora nas garras de um sono encantado.

Inabalado, o príncipe chegou à torre e descobriu Aurora, uma visão de beleza em repouso pacífico. Superando a apreensão, inclinou-se e deu-lhe um beijo su

A bela Adormecida

A Moral da História da Bela Adormecida

A moral de A Bela Adormecida gira em torno das repercussões de decisões precipitadas, dos perigos da exclusão e do poder transformador do verdadeiro amor. Ensina-nos a considerar as consequências de nossas ações e a importância da inclusividade, advertindo contra a manutenção de negatividade. A história sugere que, mesmo diante da adversidade, a influência positiva e a redenção são possíveis. No final das contas, o conto destaca a força duradoura do amor genuíno, enfatizando sua capacidade de quebrar maldições e promover transformações positivas.

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