O Gato Que Sonhava Voar

Lá no alto da colina, em uma casinha azul com janelas amarelas, vivia um gato chamado Nico. Ele era diferente dos outros gatos da vila. Enquanto seus amigos adoravam correr pelos telhados e caçar borboletas, Nico passava horas olhando para o céu, observando os pássaros que voavam livres entre as nuvens. Seu maior sonho era voar como eles.

Todas as noites, antes de dormir, ele subia no telhado e ficava imaginando como seria sentir o vento sob suas patas e planar como um falcão. Às vezes, pulava das cercas tentando bater os braços, mas, claro, sempre caía no chão com um baque surdo. “Os gatos não voam, Nico!” riam os outros gatos. Mas ele não desistia.

Um dia, enquanto explorava o celeiro do fazendeiro Carlos, encontrou uma pilha de penas coloridas e um velho pedaço de tecido. “Isso pode servir!”, pensou Nico. Ele passou a semana toda trabalhando em seu projeto secreto. Costurou as penas no tecido, amarrou tudo com barbantes e fez um par de asas. Quando terminou, olhou para sua criação e sentiu seu coração bater forte. “É hoje!”

Com o coração cheio de esperança, subiu no ponto mais alto da vila: a torre do sino. Seus amigos gatos, os cachorros da rua e até os passarinhos vieram ver o que ele estava aprontando. “Ele ficou maluco?”, cochichava um pardal. “Gatos não voam!”, latia um cachorro.

Mas Nico não deu ouvidos. Respirou fundo, abriu suas asas improvisadas e saltou. O vento soprou forte contra seu rosto, e, por um instante, ele sentiu como se estivesse voando! Mas a alegria durou pouco. As asas rasgaram-se, e ele caiu direto num monte de feno.

A vila inteira prendeu a respiração. “Ele está bem?” perguntaram os animais. Nico se levantou devagar, sacudiu a poeira e soltou um longo suspiro. “Acho que meus cálculos estavam errados…”

Apesar do tombo, ele não desistiu. Com a ajuda de uma coruja chamada Olívia, que entendia muito sobre vento e voo, Nico começou a estudar aerodinâmica. Ele observava os pássaros, entendia como batiam as asas e aprendia sobre correntes de ar. Depois de muitas tentativas, conseguiu criar uma asa-delta de verdade!

Na grande manhã do teste final, a vila inteira estava lá. Nico subiu novamente na torre, respirou fundo e pulou. Dessa vez, o vento o carregou suavemente, e ele planou pelo céu como um verdadeiro pássaro! Os gatos miaram de alegria, os passarinhos piaram animados e até os cachorros bateram as patas em aplauso. Nico finalmente realizou seu sonho!

Desde aquele dia, ele ficou conhecido como “O Gato Voador”. E sempre que um animal dizia “Isso é impossível!”, ele respondia com um sorriso: “Só até alguém provar o contrário!”.

FIM!

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