Cegonha, a Entregadora de Cartas

Em um vilarejo escondido entre colinas e riachos, vivia uma cegonha chamada Celeste. Diferente das outras de sua espécie, que migravam para terras distantes, Celeste encontrou um propósito especial: entregar cartas. Tudo começou quando um carteiro idoso, o Sr. Augusto, percebeu que já não tinha forças para percorrer os longos caminhos íngremes do vilarejo. Ao vê-lo sentado em um banco da praça, ofegante e desanimado, Celeste pousou ao seu lado e, com um olhar curioso, bicou uma carta caída no chão.

— Ah, Celeste, se ao menos pudesse me ajudar — suspirou o velho carteiro.

E foi assim que a história de Celeste como entregadora de cartas começou. O Sr. Augusto prendeu uma pequena bolsa de couro à perna da cegonha, e ela, com suas longas asas e voos graciosos, passou a levar as mensagens de casa em casa, cruzando campos, lagos e florestas com destreza. A princípio, os moradores ficaram surpresos, mas logo aceitaram a nova ajudante com alegria.

Celeste não apenas entregava cartas, mas também levava esperança. Para Dona Emília, uma senhora solitária que esperava notícias do neto marinheiro, Celeste trouxe felicidade quando pousou em sua varanda com um envelope carimbado do outro lado do oceano. Para o jovem Miguel, que sonhava em ser escritor, a cegonha levou suas cartas repletas de poemas ao editor da cidade vizinha. Para os apaixonados, ela transportava bilhetes secretos, amarrados com fitas coloridas, selando promessas e declarações de amor.

No entanto, nem tudo eram ventos favoráveis. Certa vez, um temporal assolou o vilarejo. O céu ficou escuro, e os ventos sopravam com tanta força que Celeste teve dificuldades para voar. Uma carta muito importante, destinada ao prefeito, escapou da bolsa e foi levada pela ventania. Desesperada, a cegonha sobrevoou a região até avistar o envelope preso nos galhos de uma árvore. Com destreza e paciência, resgatou a mensagem e completou sua entrega, sendo recebida com aplausos pela comunidade.

Com o tempo, Celeste se tornou uma lenda viva. Seu compromisso com as entregas fez dela uma figura respeitada. O Sr. Augusto, já aposentado, orgulhava-se de sua pupila alada e dizia a todos que nunca houve uma carteira tão eficiente e dedicada quanto ela. No vilarejo, as cartas nunca atrasavam, e cada mensagem carregava consigo um toque de magia, pois eram levadas por uma mensageira especial.

E assim, sob o céu azul e os ventos suaves da manhã, Celeste continuou sua missão, lembrando a todos que, mais do que palavras em papel, as cartas carregam sentimentos e histórias que unem corações, não importa a distância.

FIM!

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