A Cidade das Palavras Perdidas

Léo era um menino curioso que adorava inventar histórias. Certo dia, enquanto escrevia em seu caderno, percebeu algo estranho: uma palavra que ele tinha acabado de escrever sumiu da página! Intrigado, tentou reescrevê-la, mas, assim que tirou os olhos, a palavra desapareceu novamente.

— Isso não faz sentido! — exclamou.

Foi então que um brilho dourado surgiu no ar e, antes que pudesse reagir, Léo foi sugado para dentro do próprio caderno.

Quando abriu os olhos, estava em um lugar incrível: ruas feitas de páginas de livros, postes iluminados por vírgulas brilhantes e casas construídas com capas de enciclopédias. No alto de um grande arco, lia-se “Bem-vindo à Cidade das Palavras Perdidas”.

Léo andou pelas ruas e percebeu que as palavras voavam como pássaros, mas algumas pareciam tristes e perdidas. De repente, uma figura curiosa apareceu: era um velho de barbas longas e óculos enormes, segurando uma pena dourada.

— Ah! Um visitante! — disse o velho. — Sou o Guardião das Palavras. Você, por acaso, perdeu alguma?

— Sim! — respondeu Léo. — Minhas palavras desapareceram do caderno. O que está acontecendo aqui?

O Guardião suspirou.

— Muitas palavras são esquecidas. Algumas porque as pessoas não as usam mais, outras porque foram escritas e depois apagadas sem consideração. Elas acabam vindo parar aqui, sem saber onde pertencem.

Léo olhou em volta e viu palavras como “esplêndido”, “borbulhante” e “cativante” voando sem rumo.

— Como posso ajudá-las? — perguntou.

O Guardião sorriu.

— Para devolver uma palavra ao mundo, é preciso que alguém a use com amor e significado.

Léo teve uma ideia. Pegou um livro em branco que encontrou em um banco e começou a escrever uma história usando as palavras perdidas. Conforme escrevia, elas brilhavam e desapareciam, voltando para onde deveriam estar.

Ao terminar a última frase, um redemoinho de letras o envolveu, e, num piscar de olhos, ele estava de volta ao seu quarto, com o caderno aberto à sua frente.

Com um sorriso, Léo percebeu que suas palavras haviam voltado. E, desde aquele dia, nunca mais desperdiçou nenhuma delas.

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